PROJETO TAMAR – IBAMA
UMA HISTÓRIA DE AMOR PARA SEU FILHO
O Projeto Brasileiro de Conservação das
Tartarugas Marinhas iniciou-se em 1980, em 1970 não se ensinavam sobre a
existência das tartarugas marinhas no Brasil, e que aqui fosse local de desova,
até que alguém se preocupou e foi até os Estados Unidos e viu que existia uma
preocupação mundial com as tartarugas, retornou ao Brasil com alguns
estagiários e juntaram-se ao IBDF chegando a percorrer 4.000 km de 1980 a 1982 pelas costas
brasileiras obtendo informações de pescadores e chegando a descoberta de que
estas estavam sendo ameaçadas, cascos
encontrados usados para fazer jóias e artefatos, outras encontradas
mortas pois muitos se alimentavam de suas carnes e ovos.
Hoje
o maior desafio são os hotéis construídos nas encostas onde se localizam
desovas destas tartarugas, grupos vão a estes hotéis para sensibilizar as
pessoas quanto a importância das tartarugas que contribuem para com o meio
ambiente em sua cadeia alimentar, são predadoras, importantes para o controle
da população de esponjas, de peixes, presas
para a sobrevivência de outros animais e servem também de táxi para o
transporte de parasitas que auxiliam na filtração da água do mar.
Pessoas que constroem casas na beira do mar
também prejudicam estas tartarugas, pois elas são guiadas pelas luzes das
estrelas, quando vão parar em locais errados com o auxilio da iluminação destas
residências causando a morte de milhares de filhotes que se perdem, sendo que
no meio natural de 1.000 filhotes uma ou duas chegam à fase adulta.
Nestes dois anos de pesquisa foram
descobertos hábitos culturais de pessoas que ofereciam ovos como iguaria para
visitantes, pessoas com o maior e o melhor casco dentro de suas casas, fábricas
de jóias de tartarugas e o próprio óleo usado como afrodisíaco. Foram
descobertos pescadores que sabiam onde encontrá-las através de
seus
rastros, sendo então feito um acordo, eles mostrariam a eles os locais e em
troca davam-lhe um salário, sendo hoje reconhecidos como tartarugueiros.
Foram descobertas sete espécies de
tartarugas marinhas no mundo, onde cinco delas usam nosso litoral para a desova
ou alimentação, sendo algumas delas a Tartaruga de Pente, Tartaruga Oliva,
Tartaruga de Couro ou Cabeçuda e a Tartaruga Verde.
Foram instaladas três bases em 1982 do
Projeto TAMAR , sendo uma na Praia do Forte, Regença e Pirandú, tendo em vista
que hoje são vinte e duas bases que vai de Santa Catarina ao Ceará, este
projeto são divididos em três partes, que são as que cuidam das desovas em
áreas exclusivas para esta finalidade, a base de área turística com grande
fluxo de visitantes para exposição das tartarugas e venda de produtos do
projeto TAMAR, que também é uma forma de sustentabilidade e temos a base de
alimentação localizada na praia de Ubatuba totalmente protegida pois é lá que
as tartarugas verdes se alimentam pelo excesso de algas nas rochas.
As tartarugas Cabeçudas são as que mais
desovam, vão das praias do Rio de Janeiro até Sergipe, desovando na fase adulta
dos 25 aos 30 anos, o Brasil tem 6.000 ninhos por ano com temporada de outubro
a dezembro, esta desova ocorre por até sete vezes com intervalo de quatorze
dias, as Tartarugas Verdes são as únicas que desovam nas ilhas oceânicas, tem
5.500 ninhos e sua desova vai de dezembro a julho com maior ocorrência em
janeiro, fevereiro e março, desovam na Ilha de Trindade preservada pela
marinha, onde não se tem acesso público, Atol das Focas também sem acesso e
Fernando de Noronha. As Tartarugas de Pente eram usadas para elaboração de
jóias, por isso este nome, Japão e China, pessoas luxuosas usam detalhes destes
cascos, ela mede cerca de um metro na fase adulta, possuem 1750ninhos que junto
a Cabeçuda estão listadas como criticamente ameaçadas de extinção, o pico de
desova é entre janeiro e fevereiro, ela desovava historicamente no Brasil todo
e agora somente no litoral norte da Bahia. As Tartarugas de Couro são menores,
não tem a carapaça rígida, a cor é negra com manchinhas brancas, possuem sete
quilhas a mais que as outras, pois elas nadam em grandes profundidades e desova
exclusivamente nas praias de Espírito Santo e seu pico de desova é de novembro
a dezembro.
4.000 ninhos de tartarugas Olivas que são
as menores, com desova entre novembro e janeiro em Sergipe.
São monitorados 1.100 km de praia, cada
tartarugueiro é responsável por 5
km de praia em horário matutino, as 05h30min de 1º de
setembro a 31 de março, são colocadas telas de proteção predadora e ovos são
monitorados até o nascimento, marcação de filhotes todos com um banco de dados,
monitoramentos noturnos para marcação e retirada de tecido para obtenção de
dados genéticos, cercados de encubação também são feitos para controle de
marcação dentro da água pois os machos não saem da água, em época de pesca,
pescadores voluntários em bases são treinado para reanimação de tartarugas
capturadas por redes e desmaiadas, para sua reabilitação no mar. São colocados
TAG’s pequenos nas pontas de suas nadadeiras com numeração, pois é a sigla
TAMAR para total identificação e localização, rodas as tartarugas retornam para
as praias para desovar exatamente onde nasceram, foram comprovadas que
tartarugas brasileiras somente cruzam com tartarugas machos brasileiros, elas
não se misturam com tartarugas de outros países, elas ao fiéis aos locais de
desova mas migram pelo mundo todo.
O Projeto TAMAR atua nas comunidades e
integra os moradores fazendo com que eles participem e melhorem sua qualidade
de vida, envolvendo-os em projetos também em escolas, fazendo exposições e
conscientizando a população quanto ao
conhecimento de todo eco sistema, contém também 1.300 empregos diretos, 300
pescadores tartarugueiros e voluntários, 200 estagiários por ano incluindo
estrangeiros, produtos e lojas da própria comunidade são remunerados,
costureiras, creches, valorização cultural, centro de visitante, cerimônias
publicas para soltura das tartarugas, filhotes, guias mirins com auxilio de R$
200,00, cesta básica e vale transporte.
São monitoradas 14.000.000 de desovas por
ano, lembrando que a cada 1.000 uma ou duas chegam à fase adulta.
A PETROBRÁS é a patrocinadora oficial do
Projeto TAMAR.
Concluo que se todos nós fizemos nossa
parte para com o meio ambiente, nossos filhos e netos viverão em um mundo
melhor, fiquei admirada ao ver este vídeo e jamais imaginei que isto fosse me
sensibilizar tanto, isto foi passado a diante para que pelo menos algumas
pessoas se conscientizem de como um único animal é tão importante em nosso meio
ambiente, pois nós ainda somos os principais responsáveis por um futuro melhor.
Texto elaborado por Gabriele Menezes.
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